Apresentação

O PPGH: Mestrado Acadêmico em História da UEFS
O Programa de Pós-Graduação em História (PPGH) da Universidade Estadual de Feira de Santana começou suas atividades em 15 de março de 2007, portanto há 18 anos, dando continuidade ao projeto de interiorização do ensino superior na Bahia, agora sob a forma de pós-graduação stricto sensu. Até então, os cursos de mestrado e doutorado em História concentravam-se em Salvador, o que restringia a oferta de vagas, impunha deslocamentos onerosos e limitava os temas de pesquisa, frequentemente voltados apenas para a capital e o Recôncavo. Em contraste, o PPGH-UEFS veio diversificar a historiografia baiana, abrindo espaço para estudos sobre o sertão, sobre cidades antes pouco exploradas e sobre sujeitos historicamente invisibilizados, como escravizados em regiões sertanejas, vaqueiros, trabalhadoras pobres, posseiras e posseiros.
A criação do Mestrado em História na UEFS foi possível graças ao apoio da administração superior da universidade, empenhada em expandir as oportunidades de formação e pesquisa, e ao amadurecimento de um corpo docente que, desde a implantação do curso de Licenciatura em História em 1986, já desenvolvia investigações sobre Feira de Santana e seu entorno. Em 1995, a criação de uma especialização lato sensu em História – Teoria e Metodologia da História contribuíram para a sistematização dessas pesquisas, formando vários especialistas que, mais tarde, atuariam em instituições de ensino superior no interior da Bahia, inclusive na UEFS. Em 2001, essa especialização foi reconfigurada como Especialização em História da Bahia, priorizando a defesa pública de monografias e possibilitando o surgimento de um acervo diversificado sobre temas e regiões pouco estudados, bem como a identificação e a organização de documentos antes dispersos.
Antes mesmo da instalação do PPGH, em 2007, já havia experiências de guarda e preservação documental: o Museu Casa do Sertão/Centro de Estudos Feirenses (MCS/CENEF), criado em 1977 para salvaguardar a cultura sertaneja e responsável pela coleta de importantes fontes, como a coleção completa do Jornal Folha do Norte. Em 1999 surgiu o CEDOC (Centro de Documentação e Pesquisa), incumbido de guardar documentos do Fórum Felinto Bastos e, mais recentemente, do Fórum Eliel Martins (Riachão de Jacuípe), com arquivos ricos em processos-crime, inventários e escrituras que remontam ao século XIX. Em 2006, foram criados o LABELU (Laboratório de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais) e o CPR (Centro de Pesquisas da Religião), ampliando ainda mais o alcance das pesquisas. Posteriormente, surgiram outros grupos e núcleos relevantes, como o GEPENH (Grupo de Estudos e Pesquisa em Ensino de História), o Grupo Gênero, Cultura, Poder e Territórios, o Grupo de Estudos Interdisciplinares sobre Gênero Nina Simone e o Núcleo de História da Educação na Bahia (NUHEB), todos contribuindo para a diversificação de temas e abordagens.


Passados 18 anos desde sua fundação, o PPGH-UEFS consolidou-se como um importante centro de formação de pesquisadores dedicados ao estudo de diversas regiões da Bahia, incluindo o Sertão, o Sul, o Oeste e a Chapada Diamantina, e também de outras localidades, regiões e países . Com mais de uma centena de mestres titulados, muitos dos quais atuam em universidades, institutos federais e redes públicas de ensino em diversos estados do Nordeste e além, o programa tem exercido um impacto significativo na difusão e consolidação do conhecimento histórico.
As dissertações defendidas no programa têm introduzido novos sujeitos e problemáticas à historiografia, ampliando perspectivas e enriquecendo a compreensão sobre a diversidade espacial e temporal das experiências históricas.
O processo seletivo do programa é público e ocorre anualmente, atraindo candidatos de diversos municípios baianos e de outros estados do Nordeste, o que evidencia seu reconhecimento e relevância científica. Assim, o Mestrado em História da UEFS cumpre um papel essencial na interiorização do acesso à pós-graduação, contribuindo de forma expressiva para a ampliação e diversificação da produção historiográfica na Bahia, na região Nordeste e, consequentemente, no Brasil.